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CASQUEAMENTO E FERRAGEAMENTO

Casqueamento começa desde cedo.

A   correção de aprumo dos cascos significa mudança permanente de conformação e não pode ser feita em cavalos maduros. De fato, essas tentativas de correção em eqüinos adultos causam manqueiras imediatas, assim como, defeitos permanentes em longo prazo. Mas alguns problemas de conformação podem ser corrigidos em potros e os que nascem com aprumos corretos podem ser mantidos assim. Muitos potros que possuem boa angulação podem se tornar tortos por negligência ou casqueamento impróprio por isso quando você se deparar com algum caso desses o mais correto é chamar um veterinário e um casqueador para que estes trabalhem juntos, para não alterar o que a natureza fez de perfeito. Ao contrário do que se pensa, os potros devem ser casqueados já desde os primeiros dias de vida, que é por volta da terceira semana do nascimento, contudo, tem que ser com muita cautela e procurar não fazer muita abertura dos membros para não provocar um desvio angular. Quando o acompanhamento é feito de forma correta, os problemas são detectados a tempo de serem corrigidos. Isso acontece porque a estrutura óssea dos animais até os 6 meses de vida é extremamente maleável, permitindo com isso que através das técnicas corretas de casqueamento, ferrageamento (ferraduras de colar baby) e de cirurgia, as correções sejam bem sucedidas levando o animal a uma estrutura de conformação e casco que o proporcione fazer suas atividades normalmente. Também devemos nos atentar a um ponto importante que é a nutrição do futuro atleta e lembrar que tudo o que entrar pela sua boca seja em excesso ou em falta ira refletir no casco e no restante de sua conformação, com isso um equilíbrio adequado na dieta é de extrema importância. É preciso haver um equilíbrio apropriado para o casco. Um casco bem equilibrado distribui o peso igualmente e o animal em sua atividade vai desenvolve-la com mais performance e conforto. Um estudo feito pela América Farriers Association, associação americana que controla o trabalho sobre ferrageamento nos EUA, mostra que mais de 80% das manqueiras das partes baixas dos membros e dos cascos são causadas por "negligência e falta de cuidados". O pior é que a maioria das pessoas teria feito algo para que isso não ocorresse, se soubessem que teriam problemas com seus animais.

A escolha certa da ferradura para cada tipo de atividade e casco 

Escolha a ferradura de acordo com as necessidades do cavalo e ajuste-a ao casco bem aparado. A ferradura deve proteger toda a muralha de sustentação, apoiando-se até o final do talão, sem obstruir os canais da ranilha e possibilitando expansão da muralha nos quartos e talões. Nos posteriores a ferradura pode ter ligeiro sobrepasse de talões. Nos animais de talões fracos ou escorridos, deve dar maior base de sustentação para o cavalo, e sua aterrizagem de maneira que fique bem macia e segura. A mesa da ferradura é escolhida de acordo com a atividade do cavalo. Mesa estreita (filete) para corrida, mesa média (17mm) para trabalho e treinamento e mesas mais largas para esbarro (25mm). O material da ferradura (aço, alumínio puro, liga de alumínio, poliuretano com alma de alumínio e outros metais especiais), bem como os demais acessórios (guarda casco, agarradeiras, palmilhas, talonetes e até rampão) devem ser escolhidos de acordo com a atividade, de preferência com conhecimento, para não prejudicar a performance do animal. Não confunda a responsabilidade do ferrador com a do veterinário. Em casos de doenças, chame o veterinário e, se a doença for relacionada com o casco, o ferrador e o veterinário devem trabalhar juntos.  

Posição das ferraduras para um bom desempenho c/ menor riscos de lesões

Em particular gosto de ferrar meus cavalos com as ferraduras das mãos atrazadas, pois melhora o ponto de quebra, diminui o estresse no casco, nos tendões extensores e flexores. E tenho acompanhado animais que sofreram lesões quando estavam trabalhando e por coincidência usavam ferraduras nas posições normais, ou seja, com as pinças dos cascos alinhadas nas ferraduras. Após serem tratados, passaram a usar as ferraduras das mãos atrasadas para prevenir outras lesões, notando-se um melhor desempenho do animal nos treinos e nas provas. Também foi observado pelos treinadores e proprietários a diminuição das dores nas regiões dos tendões flexores (localizados atrás da canela), contudo, não que é errado usar a ferradura das mãos alinhadas na pinça do casco. A posição também deve ser bem estudada, pois tem animais que se tocam e precisam de modificação também nos pés e as vezes voltar ao ferrageamento normal. O balanceamento dos talões é também fator importante e deve ser examinado com compasso e também com um bom olho clinico de um ferrador profissional. O intervalo de um ferrageamento e outro não deve passar de quarenta e dois dias ou seis semanas, alguns animais exigem menor intervalo, isso também vai muito de como esse animal vive: se é em baia ou piquete. O tipo de cama, se este cavalo tem o casco normal, encastelado ou achinelado e se ele tem alguma patologia como síndrome do navicular, artrite, tendinite, podridão de ranilha e outras. Deve-se lembrar também que não adianta ter uma ferrari  com pneus de fusca, o bom trabalho de um ferreiro, com um bom apoio para o casco em um nike (ferradura) o seu cavalo vai ter muitas e muitas provas pela frente. Dê atenção para o casco do seu cavalo, sem casco não há cavalo. Bons treinos e boas provas.

Dr Luciano Mazzonetto