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NUTRIÇÃO DO CAVALO DE ESPORTE

Como nós sabemos o cavalo é um animal  herbívoro, assim sendo, suas necessidades nutricionais deveriam ser totalmente supridas pela ingestão de volumosos, ou seja, pelo pasto verde no piquete e pelo feno que oferecemos todos os dias.

Com, a mudança dos hábitos naturais dos eqüinos, forçado pelo manejo imposto pelo homem que artificializou o manejo com a ida dos cavalos para as baias, para tudo ficar mais fácil para a vida do cowboy e melhorar com certeza a rotina de treinamento e preparação esportiva, leva o cavalo a alterar seu metabolismo e suas necessidades nutricionais. Naturalmente um cavalo adulto precisa de uma dieta que contenha de 8 a 12% de proteína, o que é facilmente obtido pelos hábitos variados de pastejo, porém algumas gramíneas podem não atingir este índice, necessitando assim da adição de leguminosas, como a alfafa, por exemplo, que pode conter de 13 a 23% de proteína. As necessidades protéicas são importantes no que tange o desenvolvimento e a conformação do animal, porém perdem sua importância com a chegada do animal a idade adulta. Com o uso de volumosos de boa qualidade, as necessidades básicas do animal de esporte ou trabalho, são parcialmente supridas, porém, nestes casos, a necessidade energética está aumentada, necessitando assim ser suplementada. A suplementação energética pode ser feita através da adição de grãos com alto teor de energia, como o milho, por exemplo. Porém, os grãos nunca devem ultrapassar 50% do total da dieta do animal.

Com o avanço das pesquisas e desenvolvimento das indústrias de rações concentradas, estas relações podem ser mais facilmente ajustadas, pois os concentrados comerciais (rações) para animais de trabalho e esporte, aportam além dos grãos, outros suplementos energéticos como melaço, óleo (fontes importantes de energia),sendo que as vezes suplementamos ainda mais a dieta com um pouco mais de óleo na ração ou diretamente na boca com auxilio de uma seringa, em torno de 50 a 150 ml e outras fontes de açúcares. Lembrando também que a mineralização diária forçada na ração ou em um cocho somente para o mineral é muito importante. Apesar de toda a ênfase dada ao aspecto energia, este item ocupa apenas a terceira posição em uma escala de importância na nutrição dos cavalos atletas, sendo precedida pela água e pelos eletrólitos (sais orgânicos), respectivamente.

Os cavalos podem perder toda a gordura e mais da metade da proteína existente em seu organismo, enquanto que uma perda de apenas 12 a 15% de água corpórea pode ser fatal. A perda de água em volumes menores resulta em fadiga, principalmente muscular, e performance esportiva insatisfatória. As necessidades de água podem ser facilmente supridas, deixando água a disposição dos animais, e fornecendo a mesma, de 60 a 90 minutos após a prática de esforços físicos, preferencialmente após a ingestão de pasto verde.

A perda dos sais orgânicos através do suor e da urina, também é responsável pela fadiga e fraqueza muscular, e ainda pode diminuir a resposta do centro da sede, acentuando o quadro de desidratação, e reduzindo a sede e o apetite do animal. Além deste quadro, a perda excessiva de substâncias como cálcio, podem levar a tremores, espasmos e tetanias musculares, o que normalmente chamamos de "tetania por estresse". Estas perdas podem ser evitadas através do uso de composições comerciais contendo os principais sais perdidos durante o exercício.Com relação as fontes de energia, elas podem ser carboidratos, proteínas ou gorduras, sendo ainda muito discutido, qual delas é a mais facilmente utilizada pelo animal.

Sabe-se que a utilização de óleos vegetais, como indicamos , podem ser muito benéfica, tanto para a aparência (brilho de pelo), como para disponibilidade de energia. Além disso, existe uma grande quantidade de suplementos comerciais com a finalidade de aumentar a disponibilidade de energia, normalmente com fonte nos açúcares (frutose, glicose, dextrose) e aminoácidos (proteínas). O uso destes suplementos é de extrema importância devido as fortes rotinas de treinamento e competição impostas aos animais, porém, isto deve ser feito com muito critério, e sempre com o acompanhamento de um Médico Veterinário, afim de definir que tipo de suplemento é o mais adequado para cada animal em cada fase e/ou situação de treinamento, idade ou tipo de atividade física realizada por este animal.

Que este ano de 2010 todos tenham resultados satisfatórios com seus animais nas provas, sempre lembrando que devemos continuar respeitando essa estrutura maravilhosa e perfeita que é o cavalo.

Boa  prova!

Dr. Luciano Mazzonetto CRMV: 8752